Cultura e Demografia

Cultura do Brasil


cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia deste país sul-americano: indígenas, europeus, africanosasiáticos, árabes etc. Como resultado da intensa miscigenação de povos, surgiu uma realidade cultural peculiar, que sintetiza as várias culturas.
A tensão entre o que seria considerada uma cultura popular e uma erudita sempre foi bastante problemática no país. Durante um longo período da história, desde os Descobrimentos até meados dos séculos XIX e XX, a distância entre a cultura erudita e a popular era bastante grande: enquanto a primeira buscava ser uma cópia fiel dos cânones e estilos europeus, a segunda era formada pela adaptação das culturas dos diferentes povos que formaram o povo brasileiro num conjunto de valores, estéticas e hábitos rejeitado e desprezado pelas elites. Grande parte do projeto estético modernista foi o de resgatar nos campos considerados "nobres" da Cultura (nas artes em geral, na literatura, na música, etc.) e até mesmo nos hábitos quotidianos a vertente popular, considerando-a como a legítima cultura brasileira.
Atualmente, o país passa por um processo de integração cultural no MERCOSUL, e, de forma a acelerar esse processo, está a criar a Universidade do MERCOSUL, uma instituição multicampi que terá unidades em todos os países do bloco, inclusive os associados.
  
Formação da cultura brasileira
Os portugueses
Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura brasileira, principalmente os de origem portuguesa. Durante 322 anos o País foi colônia de Portugal e houve uma transplantação da cultura da metrópole para as terras sul-americanas. Os colonos portugueses chegaram em maior número à colônia a partir do século XVIII, sendo já neste século o Brasil um país Católico e de língua dominante portuguesa.
  
Os indígenas
Segundo alguns historiadores, séculos de dominação moura e relação com outras civilizações facilitaram o contacto entre os colonos portugueses e os indígenas brasileiros, todavia isso não impediu que os nativos fossem dizimados pela ação colonizadora.
As primeiras décadas de colonização possibilitaram uma rica fusão entre a cultura dos europeus e a dos indígenas, dando margem à formação de elementos como a Língua geral, que influenciou o português falado no Brasil, e diversos aspectos da cultura indígena herdadas pela atual civilização brasileira. Além da dizimação dos povos autóctones, houve a ação da catequese e a intensa miscigenação, o que contribuiu para que muitos desses aspectos culturais fossem perdidos. A influência indígena faz-se mais forte em certas regiões do país em que esses grupos conseguiram manter-se mais distantes da ação colonizadora e em zonas povoadas recentemente, principalmente na Região Norte do Brasil.
  
Os africanos
A cultura africana chegou através dos povos escravizados trazidos para o Brasil num longo período que durou de 1550 à 1850. A diversidade cultural de África contribuiu para uma maior multiplicidade do povo brasileiro. Os próprios escravos eram de etnias diferentes, falavam idiomas diferentes e tinham tradições distintas. Assim como a indígena, a cultura africana fora subjugada pelos colonizadores, sendo os escravos batizados antes de chegarem ao Brasil. Na colônia aprendiam o português e eram batizados com nomes portugueses e obrigados converter-se ao catolicismo. Alguns grupos, como os escravos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica, já traziam uma herança cultural e sabiam escrever em árabe e outros, como os bantos, eram monoteístas. Através do sincretismo religioso, os escravos adoravam os seus orixás através de santos Católicos, dando origem às religiões afro-brasileiras como o Candomblé.
Os negros legaram para a cultura brasileira uma enormidade de elementos: na dança, música, religião, cozinha e no idioma. Essa influência faz-se notar em praticamente todo o País, embora em certas zonas (nomeadamente nos estados do Nordeste como Bahia e Maranhão) a cultura afro-brasileira seja mais presente.
  
Os imigrantes
A imigração européia foi incentivada não apenas para suprir o fim da mão-de-obra escrava, mas também foi promovida pelo governo, que tinha a intenção de branquear o Brasil e europeizar a sua cultura, afinal, a maior parte da população no século XIX era composta por negros e mestiços. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram ao Brasil, foram os italianos que chegaram em maior número, entre 1870 e 1950. Espalharam-se desde o sul de Minas Gerais até ao Rio Grande do Sul, sendo que a maior parte instalou-se na região de São Paulo. Além dos italianos, destacaram-se os alemães, que chegaram em fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram influências germânicas desses colonos.
Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional, vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e italianos), conseguiram manter os costumes do país de origem, criando no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos do Sudeste (portugueses, espanhóis e árabes), rapidamente se integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança cultural do país de origem. A contribuição asiática viria com a imigração japonesa, porém de forma mais limitada.
  
Religiosidade Individual
Nem todos os brasileiros e brasileiras consideram-se membros de qualquer religião, organizada ou não. Prevalece a liberdade de culto dentro do Estado Brasileiro. De acordo com a Constituição Federal, a participação de cidadãos brasileiros em quaisquer atividades religiosas no país é um direito e uma responsabilidade individual que não deve jamais ser abdicada, sofrer quaisquer tipos de coerções e/ou incitações. Nenhuma religião está acima das leis seculares vigentes em solo nacional.
Cerca de três quartos da população brasileira segue a Religião Católica Romana, o que faz do país o maior em número absoluto de católicos no mundo. Há ainda um pequeno número de seguidores da Igreja Católica Apostólica Brasileira. Seguem o Protestantismo 15 por cento da população (a maior parte através de igrejas evangélicas pentecostais), 1 por cento é espírita, 0,5 por cento é testemunha de Jeová e cerca de 7 por cento não tem religião. Outras religiões que, apesar de poucos praticantes, merecem citação são as religiões de origem africana (praticadas por vezes em sincretismo com a religião católica), como a Umbanda e o Candomblé. O Judaísmo, o budismo, o islamismo e hinduísmo (hare krisna) têm um número reduzido de seguidores no Brasil, geralmente concentrados em cidades do Sul, Sudeste ou Nordeste.
  
Artes
Literatura
As primeiras manifestações literárias no país resumem-se basicamente à produção de textos narrativos sobre o país inseridos no contexto dos Descobrimentos. A produção literária de ficção, propriamente dita só vem a ocorrer efetivamente com a inauguração do Barroco.
A preocupação em produzir uma literatura genuinamente nacional começa a existir com a intenção nacionalista romântica, mas esta se limita a buscar temáticas supostamente brasileiras (como o indigenismo e o regionalismo) e repetir as formas européias. Algo semelhante ocorre com o Realismo e o Naturalismo, ainda que autores como Machado de Assis tenham sido considerados altamente inovadores.
Os vários movimentos modernos que explodem no início do Século XX (entre os quais se destaca o antropofágico representado por Mário e Oswald de Andrade) têm por princípio rejeitar os valores europeus e buscar aquilo que é genuinamente nacional, digerindo a cultura estrangeira e devolvendo-a sintetizada à nacional.

Artes visuais
Até meados do século XIX a produção plástica das artes brasileiras possui pouco destaque, excetuando o trabalho de Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde no Barroco mineiro. De mencionar ainda a produção de artistas estrangeiros que durante o período colonial estiveram no país registrando as paisagens e hábitos locais, como Albert Eckhout.
A pintura brasileira do Século XIX é bastante acadêmica, altamente influenciada pelo trabalho da Missão Artística Francesa (da qual faziam parte nomes como Jean Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay). A referida Missão foi responsável pela criação da Escola Imperial de Belas Artes. Desse período, destacam-se as pinturas históricas de Victor Meirelles e Pedro Américo.
Música
Alguns dos gêneros musicais populares originários do Brasil mais conhecidos são o Choro, o Samba, a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira. Como chorões podemos destacar Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Altamiro Carrilho. Exemplos de sambistas são Cartola e Noel Rosa. O maestro Tom Jobim, o poeta Vinícius de Moraes e João Gilberto, por outro lado, são nomes conhecidos ligados à Bossa Nova e cuja obra teve repercussão internacional, tendo sido gravada por nomes como Frank Sinatra e Stan Getz. Posteriormente à Bossa Nova, o movimento conhecido como Tropicália também teve um papel de destaque como música de vanguarda e experimental.
Mas o Brasil tinha também um papel importante na tradição clássica. Considera-se que o primeiro grande compositor brasileiro foi José Maurício Nunes Garcia, contemporâneo de Mozart e Beethoven. Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, adaptação do romance homônimo de José de Alencar, foi o primeiro compositor brasileiro a ter projecção internacional. No século XX destaca-se o trabalho de Heitor Villa-Lobos, responsável pela assimilação, por parte da música erudita, de diversos elementos da cultura popular, como os violões e determinados ritmos. Outros compositores importantes, na linha da música erudita são Guerra Peixe, Cláudio Santoro e Camargo Guarnieri. Na atualidade, destacam-se obras de compositores contemporâneos como Amaral Vieira, Edino Krieger e Osvaldo Lacerda.
  
Arquitetura
A arquitetura bandeirista e o barroco mineiro são considerados por muitos estudiosos como expressões de estilos europeus que encontraram no Brasil uma manifestação e linguagem próprias, evidenciando-se das suas contrapartes metropolitanas. A primeira refere-se à produção realizada basicamente no que seria hoje o Estado de São Paulo, pelas famílias dos bandeirantes, inspirando-se numa estética próxima, ainda que bastante alterada, do maneirismo. A segunda corresponde a um tipo de barroco (ainda que muitos o considerem mais próximo do Rococó) representado especialmente pelas igrejas construídas por Aleijadinho.
A arquitetura brasileira teve o seu ponto culminante no movimento modernista, com a construção de Brasília, por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.



Demografia do Brasil






O Brasil possui cerca de 186 milhões habitantes (estimativa do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2006). Ao longo dos últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuído o ritmo, que era muito alto até à década de 1960. Em 1940 o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, 51.944.397 habitantes; em 1960 70.070.457 habitantes; em 1970, 93.139.037 habitantes; em 1980, 119.002.706 habitantes; e finalmente em 1991, 146.825.475 habitantes.
As razões para uma diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com a urbanização e industrialização e com incentivos à redução da natalidade (como a promoção de anticoncepcionais). Embora a taxa de mortalidade no país tenha caído bastante desde a década de 1940, o aumento da taxa de natalidade foi ainda menor.
A pirâmide etária brasileira apresenta como nos demais países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, larga base e estreito cume. A população jovem (até 19 anos) constitui mais de um terço do total. Somada a uma pequena população de idosos (menos de um décimo), esse contingente constitui a população economicamente inativa, que precisa ser mantida pela população economicamente ativa.
Distribuição populacional

A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorais, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.
O IBGE classifica a rede urbana brasileira numa hierarquia de acordo com o tamanho e importância das cidades. As categorias de cidades mais importantes são:
  • Grande metrópole nacional: São Paulo
  • Metrópole nacional: Rio de Janeiro
  • Centros metropolitanos regionais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador
  • Grandes metrópoles regionais: Belém, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus

 
Grupos étnicos do Brasil
O povo brasileiro foi formado ao longo de 5 séculos por ondas imigratórias, somadas à população nativa. A população é formada basicamente por três etnias: índiobranco e negro. Os povos ameríndios, povos autóctenes, são presentes no Brasil há aproximadamente dez mil anos. Na época dos Descobrimentos eram estimados cerca de cinco milhões de indivíduos, espalhados por todo o território brasileiro. Os brancos foram encabeçados por portugueses, colonizadores do país desde o século XVI. Até 1822, apenas os portugueses tinham o direito de imigrar para o Brasil, mas após a independência somaram-se outras nacionalidades européias durante os séculos XIX e XX. O maior fluxo foi formado por italianos e novamente portugueses, seguidos por alemães, espanhóis, etc. Os negros foram trazidos na forma de escravos, do século XVI até à metade do século XIX.
Atualmente, o IBGE reconhece cinco grupos étnicos no Brasil, baseado na raça ou na cor da pele: ÍndioBrancoNegro, Amarelo e Pardo.
Índios
Os índios compõem 0,4 por cento da população brasileira, somando cerca de 700 mil indivíduos. Populações indígenas podem ser encontradas por todo o território brasileiro, embora mais de metade esteja concentrada na região amazônica do Norte e Centro-Oeste. Consideram-se índios, todos os descendentes dos povos autóctones do Brasil.
Embora milhões de brasileiros sejam descendentes de índios, apenas 0,4 por cento da população considera-se como tal. Isso se deve à intensa miscigenação e perda dos valores e identidade indígenas ao longo dos séculos. 


Quando os primeiros portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a população indígena rondava os cinco milhões indivíduos. Na metade do século XIX não passava de 100 mil pessoas e no final do século XX era cerca de 300 mil. O desaparecimento da população nativa brasileira foi um dos maiores genocídios da História humana, e deve-se a três fatores: a dizimação promovida pelos colonizadores, as doenças européias que se espalharam como epidemias e a miscigenação.
Em 1985, os povos indígenas eram ainda menos numerosos - somavam 220 mil indivíduos, segundo a FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Hoje se estima que os índios brasileiros não passem de 325 mil - menos de 0,2% da população brasileira.
Recentes estudos genéticos comprovaram que muitos milhões de brasileiros são descendentes de povos indígenas extintos há séculos, muitos dos quais desconhecem as suas origens indígenas.
Nos últimos anos, tem-se visto, pela primeira vez em cinco séculos, um crescimento da população índia brasileira, porém, muitos vivem em condições de extrema pobreza e estão a perder sua cultura.
Índios chegaram há 40 mil anos


Origem
A hipótese mais aceite para explicar a origem dos índios brasileiros é a de que eles são descendentes de povos asiáticos que atravessaram o estreito de Bering há 62 mil anos.

Estudos arqueológicos recentes estabelecem a chegada dos primeiros habitantes do Brasil à Bahia e ao Piauí entre 20 mil e 40 mil anos atrás.
É impossível saber com certeza quantos índios habitavam o país quando Pedro Álvares Cabral aportou no sul da Bahia.

Extermínio
O extermínio da população indígena é atribuído a vários motivos, como a escravidão promovida pelos portugueses, epidemias, deslocamentos, confinamentos e, mais recentemente, conflitos com fazendeiros e garimpeiros e até suicídios.
Calcula-se que ainda hoje existam cerca de 800 índios que optaram por viver em áreas de difícil acesso, sem contacto com a civilização.


Brancos
Os brancos compõem 53,7 por cento da população brasileira, somando cerca de 96 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Sul e Sudeste do Brasil. Consideram-se brancos todos os descendentes de europeus e de outros povos de cor branca.
Em Schroeder e muitas outras cidades de Santa Catarina, muitos descendentes de alemães preservam os costumes dos antepassados
Até 1800, cerca de um milhão de europeus imigraram para o Brasil. O boom da imigração ocorreu nos séculos XIX e XX, quando entraram quase seis milhões de europeus no Brasil. Hoje, os brancos formam o maior grupo étnico do país, sendo formado ao longo de cinco séculos de imigração proveniente da Europa. Até à metade do século XIX, a população branca do Brasil era basicamente de origem portuguesa porém, entre o final do século XIX e início do século XX, pessoas de diversos outros países europeus imigraram para o País. Atualmente, os brancos brasileiros são descendentes de uma grande diversidade de povos, que inclui principalmente povos Latinos (portugueses, italianos, espanhóis), Germânicos (alemães) e Eslavos (polacos, ucranianos), entre outros. Além dos europeus, há também os descendentes de imigrantes árabes de cor branca (libaneses e sírios).
Embora os brancos sejam a maioria da população brasileira, estudos genéticos mostraram alto grau de miscigenação nesses brasileiros, pois muitos possuem alguma ascendência indígena e/ou africana, o que comprova que no Brasil não há raças definidas.


Negros
Os negros declarados compõem 6,2 por cento da população brasileira, somando cerca de 11 milhões de indivíduos. Estão espalhados por todo o território brasileiro, embora a maior concentração esteja no Nordeste. Consideram-se negros todos os descendentes dos povos africanos trazidos para o Brasil e que têm a pele negra.
A escravidão no Brasil durou cerca de 350 anos e trouxe para o país aproximadamente três milhões de negros. Milhões de brasileiros são descendentes de africanos, mas apenas um número muito reduzido que forja a real população negra do Brasil, se considera negro. O fator principal é o preconceito a que o afro-brasileiro foi submetido durante séculos, e que se refletem ainda nos dias de hoje. Porém, nos últimos anos tem-se observado uma maior visibilidade do negro brasileiro e da sua cultura, contribuindo assim para o aumento do orgulho negro no país.

Pardos
Os pardos compõem 38,5 por cento da população brasileira, somando cerca de 70 milhões de indivíduos e estão espalhados por todo o território brasileiro. Consideram-se pardos todos os descendentes de mistura de raças no Brasil e que têm a pele parda.
Embora o IBGE considere os pardos brasileiros como sendo automaticamente afro-descendentes ou mulatos fruto da mistura do branco com o negro, há uma grande discussão em torno disso, pois muitos são frutos da mistura de branco com índio (caboclo ou mameluco), de índio com negro (cafuzo) ou de outras tantas misturas raciais que abundam no Brasil. Todavia, devido ao preconceito, muitos negros brasileiros classificam-se como pardos, o que faz com que muitas vezes pardos e negros sejam considerados o mesmo grupo étnico.
  
Amarelos

Os amarelos compõem 0,5 por cento da população brasileira, somando cerca de um milhão de indivíduos. Estão concentrados majoritariamente em dois estados brasileiros: São Paulo e Paraná. Consideram-se amarelos, todos os descendentes de povos asiáticos.
A grande maioria dos amarelos brasileiros é descendente de japoneses que imigraram para o Brasil entre 1908 e 1960, devido a problemas econômicos. O Brasil abriga hoje a maior comunidade japonesa fora do Japão. Outros grupos amarelos menores são os chineses e coreanos.
  
Etnias por Regiões Brasileiras
Na região Sul do Brasil predomina o elemento europeu - a começar pelos colonizadores açorianos no século XVIII, acrescidos por grandes levas de imigrantes alemães, italianos e eslavos durante o século XIX e XX.
Na região Sudeste do Brasil também predomina o elemento europeu - iniciado por portugueses e mais tarde vieram os italianos, os espanhóis e os alemães nos séculos XIX e XX. Vale a pena lembrar que os elementos africano e indígena também se fizeram presentes e no Estado de São Paulo o elemento oriental, composto, sobretudo por japoneses e árabes, foi significativo.
Na região Nordeste do Brasil, predominam os elementos africanos e europeus (portugueses), tendo ainda a contribuição indígena.
Na região Norte do Brasil prepondera o elemento indígena, acrescendo-se o branco e o negro.
  
  
Migrações internas
Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações internas respondem por boa parte desses terço e classificam-se basicamente em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade (êxodo rural) - causado pela falta de oportunidades de trabalho e serviços no campo e pela concentração fundiária - e migrações regionais, das quais os exemplos mais importantes foram:
  • O ciclo da mineração, em Minas Gerais, nos meados do século XVIII, que provocou um deslocamento da população do litoral para o interior do país;
  • O fluxo de escravos do Nordeste para as plantações de café de São Paulo e do Rio de Janeiro, em fins do século XIX;
  • O ciclo da borracha, na Amazônia, em fins do século XIX para o início do século XX, que atraiu muitas pessoas, especialmente do Nordeste;
  • A construção de Brasília, que deslocou mão-de-obra principalmente do Norte e Nordeste;
  • O desenvolvimento industrial, dos anos 50 em diante, na região Sudeste (principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente nordestino.
Recentemente as migrações regionais mais importantes ainda são a de nordestinos para as regiões Sudeste e Sul, em busca de trabalho nos sectores industrial, comercial e de serviços; ocorre, também, no Centro-Oeste e Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da região Sul, graças à expansão da fronteira agrícola.


Raça e cor segundo o IBGE
O critério usado pelo IBGE para essa classificação é a auto-declaração, o que gera distorções na estatística, pois há um forte preconceito contra o negro no país, que geralmente se declara "pardo". Este termo, utilizado pelo IBGE, na prática acaba por englobar todos os que se consideram mestiços, sem distinções, por exemplo, entre miscigenados afro-europeus ("mulatos") e os euros-indígenas ("caboclos e mamelucos"). Isto tem gerado controvérsia, uma vez que muitos defensores da política de cotas raciais consideram todos os "pardos" como afro-descendentes.

Deficiência
Mais de 24 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Cerca de 16,5 milhões possuem deficiência visual, 8 milhões possuem deficiências de locomoção, 5,5 milhões possuem deficiência auditiva, e quase 3 milhões possuem alguma deficiência mental. Há grande carência de obras adaptadas ao deficiente no Brasil e não há nenhuma campanha específica nacional para resolver esse problema.


Língua
O português é a língua oficial e é falado pela população. O espanhol é entendido, em diversos graus, pela maioria das pessoas. O inglês é parte do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e financeiros.
Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas tribos, embora esse número esteja em declínio.
O português é a língua materna de 98 por cento dos brasileiros, embora haja um expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principalmente o alemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o dialeto Hunsrückisch* o mais usado por cerca de 1,5 milhões de pessoas. O italiano é bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda não adotaram o português como língua materna em zonas vinícolas do Rio Grande do Sul, sendo o dialeto Talian** o mais usado. Outras línguas faladas por importantes minorias são o japonês e outros idiomas emigrantes.
O Brasil possui aproximadamente 15 por cento de analfabetos.

*O Hunsrückisch ou Riograndenser Hunsrückisch (hunsriqueano riograndense) é um dialeto alemão falado na região do Hunsrück no sudoeste da Alemanha e nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no Brasil. De mencionar que existem vários dialetos similares em regiões vizinhas na Alemanha, do Mosel ao Franco-renâno.
**O Talian (ou dialeto vêneto rio-grandense) é uma variante da Língua vêneta (língua do norte da Itália) falada, sobretudo na região das Serras gaúchas, no estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil.
Povo Brasileiro (Do Branco ao Negro)

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