Lula: esperança e frustrações frente o governo. |
Os setores políticos mais a esquerda, já no primeiro mandato, começavam a manifestar a sua frustração. Petistas históricos como Heloísa Helena e João Batista Babá afastaram-se do governo ao perceber as negociações e manobras políticas do governo junto aos setores de oposição. A aparência dúbia do governo Lula, ainda assim, não provocou nenhum tipo de entrave político maior.
Nos eventos entre os grandes lideres de Estado, o presidente Lula destacava-se por sua articulação política e sua defesa pelos países em desenvolvimento. Além disso, a diplomacia tentou abrir portas para o pais junto a grandes organismos internacionais como a ONU. O envio de tropas brasileiras à regiões de conflito (Haiti e Timor Leste) e a realização de competições internacionais (Pan-Americano) são ações que visam dar uma imagem positiva no cenário internacional.
Todo esse raio de ação do governo parecia colocar o governo Lula como um mediador entre os interesses antagônicos dos diversos setores da nossa sociedade. Em 2005, uma serie de escândalos políticos pareciam colocar em risco a estabilidade governamental. O chamado “esquema do mensalao”, que envolvia a compra de votos de deputados no Congresso Nacional, abalou antigas bandeiras e perspectivas políticas daqueles que defendiam o governo Luis Inácio Lula da Silva.
Mesmo que os escândalos de corrupção não fossem nenhuma novidade em nossa história, a existência dos mesmos entre integrantes do PT, até então considerado um dos últimos bastiões da ética política no país, causou um amplo debate político. Muitos analistas e críticos diziam que a corrupção no governo Lula representou o ocaso do projeto político das esquerdas no Brasil. A sociedade, ao assistir tais denúncias, parecia colocar a classe política em total e definitivo descrédito. Nas eleições de 2006, Lula garantiu mais um mandato na política assistencialista e na estabilidade econômica do país.
A reeleição de Lula ainda não pode definir o atual cenário político da nação. Alguns apontam que as oposições são uma mera fachada que esconde uma trama de acordos e interesses obscuramente pré-estabelecidos. Outros já dão como certa as articulações para um terceiro mandato de Lula. Em meio tantas possibilidades, as próximas eleições vão abrir uma nova página na história política do Brasil.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
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